Enquanto entrava na igreja, neste domingo passado, não pude deixar de perceber aquele lindo folheto. Ele era decorado, diferente, "bonitinho", realmente chamava a atenção. Estava logo ali, na entrada, atraindo minha aproximação. Quando me acheguei, percebi a linda mensagem que corajosa e empolgantemente dizia: Marcha para Jesus!
Por um momento, me senti desafiado. Fui envolvido por tamanha emoção que nem mesmo Tom Hanks poderia explicar quando interpretou o capitão Jonh H. Miller, no filme "O Resgate do Soldado Ryan". Ahhh... como esquecer! Sessenta anos se passaram e a batalha da Normandia continua sendo lembrada. O famoso Dia D, marcado pela marcha, luta e coragem vivida por tantos soldados.
E lá estava eu, diante daquele folheto, tomado por tal lembrança, poucos dias depois do aniversário da grande batalha da França. Pensei, então: "Marchar para Jesus, que desafio comprometedor!".
Como esquecer a última marcha, no ano passado? Na verdade, ela ficará marcada para sempre no meu coração. Não pela emoção do que vi, mas pela vergonha! Vergonha de um povo que marcha baseado na mentira, no engano e no pecado.
Percorrer a extensão das cidades? Fazer barulho ensurdecedor? Soltar fogos de artifício? Declarar a posse do Brasil?
Prendam este homens! São um atentado a República!
Mas Jesus não nos manda seguir os seus passos? Marchar como ele marchou?
Sim, mandou. Aliás, ele não marchou segurando um microfone, mas carregando uma cruz.
Não em cima de um Trio Elétrico, mas sobre as pedras da via dolorosa. Ele não cantava músicas de vitória, senão somente gemia pela dor dos açoites. Não percorreu o território de Jerusalém fazendo barulho, somente ouviram os seus gritos pelos cravos no madeiro. Não tomou posse das cidades nem bradou o Brasil para Jesus, mas declarou com sua vida a vitória sobre a morte.
Nem mesmo a Batalha do Dia D, com todos navios, aviões, tiros e canhões fez tanto barulho e agito como fará a Marcha para Jesus. Lá, pelo menos, aqueles soldados marchavam de verdade e por isso alcançaram o seu objetivo, tomaram posse do território. Essa "marcha" nunca vai alcançar o seu alvo, e se o que eles dizem é verdade, então por quê não conquistaram o Brasil ainda? Há poder em suas palavras? Só se for o poder da mentira, a posse do engano, a vitória do pecado. Até a Marcha Gay, no centro de São Paulo, teve mais impacto na sociedade do que terá essa marcha.
Quem sai ganhando nesta história são os políticos, que irão marchar para Jesus e para ganhar mais votos nas eleições.
Os soldados "Ryans" perdidos pelo mundo e condenados a morte, que me desculpem, mas esta "marchinha" não poderá salvá-los.
Como diria um sábio professor: "O cristianismo não precisa de passeatas, mas de cristãos que vivam a verdade!". O cristianismo não precisa de "Marcha para Jesus", senão somente de homens que no lar, no trabalho, na escola e no meio do mundão vivam a verdade de Jesus Cristo. É fácil ser crente numa marcha que só faz barulho e toca música para dançar. Difícil é ser crente quando você está no meio da galera, quando o inimigo o tenta para o pecado, quando as circunstâncias se colocam contra você, quando lhe declaram um maluco fanático, quando lhe zombam pelas convicções que você tem, quando sua vida está em risco pela fé. Aí, eu quero ver você marchar!
Queremos que o Brasil conheça a Cristo?
É claro que sim. Mas isso só será alcançado através de uma marcha espiritual de cristãos que cumprem sua vocação. Não será uma "festa" para Jesus que irá alcançar o mundo perdido. Bem dizia Francisco de Assis, quando afirmou: "Pregue o evangelho e, se for necessário, até use palavras". Se ele visse a marcha para Jesus, seu recado seria: "Parem de gritar! Parem de fazer barulho! Apenas vivam a verdade!".
Coisas deste tipo não são novidade, já nos mostrava Deus em uma visão a Isaías: "Parem de trazer ofertas inúteis! O incenso de vocês é repugnante para mim [...] Não consigo suportar suas assembléias cheias de iniquidade. Suas festas [...] eu as odeio. Tornaram se um fardo para mim; não as suporto mais! [...] Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem! (Isaías 1.13-17)
Se queremos conhecer o poder para transformar o mundo precisamos viver a verdade e dobrar os joelhos. Entender que Marcha para Jesus deve ser um estilo de vida e não uma festa, uma passeata. Esquecer esse papo de que há poder nas palavras e compreender que há poder é na oração. Meu conselho para você que vai participar da marcha é: entregue-se a esta realidade e participe da verdadeira marcha para Jesus.
Tiago Mattes
www.provoice.com.br
Um comentário:
Muitas vezes falhamos por não examinar as escrituras. Jesus é o nosso exemplo para tudo e todas as coisas pois Ele é Santo e Perfeito e nunca cometeu pecado (1 Pe 2.22).
Devemos buscar isto em Cristo. Olhar para Ele (Hb 12.2), buscar nos perguntarmos antes de executar qualquer coisa na nossas vidas: Como será que Jesus agiria nesta ou naquela situação?
Esta pergunta certamente vai evitar que erremos praticando atos que não condizem com a palavra de Cristo e a resposta sempre vai estar na Palavra de Deus.
Uma das coisas que os irmãos devem estar atentos é sobre a este movimento chamado de Marcha para Jesus. A verdadeira marcha é diária, a nossa batalha deve ser diária para levarmos a palavra do Senhor.
E Ele nos ensina como devemos fazer isto e certamente não é com uma carreata nos moldes do mundo e que não impacta as pessoas e não mostra a Cristo como Ele é.
Que marchemos sim, mas sim em todo o lugar, a todo tempo, com a palavra de Deus e com as nossas vidas praticando o que falamos.
Graça e paz à vós outros.
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