Este é um assunto de grande e real importância para todos nós, os batistas. Há pouco li e reli um artigo com este título publicado no Jornal Batista no ano de dois mil. Seu autor é o professor Juarez de Azevedo. Apreciei a leitura, e decidi preparar um editorial para os membros da nossa igreja. Dr. Juarez Azevedo escreve:
"A safra dos batistas genuínos, como W. C. Taylor, Anibal Pereira Reis, meu pai e eu, está se acabando depressa. É que, para mim, perder a identidade denominacional não é só substituir os hinos do cantor cristão por corinhos, repetidos, cansativamente, pelos não crentes, não é dizer aleluia, amém e "glória a Deus", em voz alta, nos cultos; não é saudar com a "Paz do Senhor", invenção pieguista dos pentecostais, coisa que nunca foi prática comum aos batistas. Há líderes que para se parecerem com os pentecostais, e mostrarem que também têm uma saudação como eles, saúdam os crentes, no início dos cultos, "em nome do Senhor Jesus". Não é nada demais para mim, mas é uma espécie de cacoete, semelhante ao praticado por outra denominação. Isso, para mim, é perda de identidade.
Mas o pior, muitas igrejas estão aceitando pessoas de outras denominações por "declaração", sem se submeterem a um novo batismo.
Dou ponto ao Dr. Criswell, pastor da maior igreja batista do mundo. Quando a gente entra na Primeira Igreja de Dallas, nominalmente com 32 mil membros, recebe na porta, um aviso escrito dizendo: "Para ser membro desta igreja, se vier de outra denominação, deverá ser batizado".
Foi assim que eu fui ensinado e só assim entendo batistas desse jeito.
E a Ceia do Senhor? Segundo expressão designada pelo teólogo batista W. C. Taylor, virou piquenique entre muitas igrejas. Todo mundo pode tomar, basta ser filiado a uma denominação evangélica. Conforme entendemos, Taylor e eu, da Ceia do Senhor só devem participar membros de uma igreja batista da mesma fé e ordem. É a ceia restrita, prática antiga dos batistas no Brasil. Por causa desta prática, em Recife, crentes de outras denominações, em lugar da "Ceia do Senhor", chamavam a ordenança celebrada pelos batistas, de "Ceia dos Batistas". Mas a verdade é que no entendimento de batistas ilustres, se a ceia é do Senhor, vamos saber como é que o dono da ceia manda celebrá-la e concluímos que, pelo Novo Testamento, ceia livre é que não é. É restrita e muito restrita.
Neste ponto lembro a fraqueza da "Declaração de fé da nossa Convenção", que usa a expressão "biblicamente batizados". Isso abre portas á ceia livre, porque eu pergunto: Pentecostal é "biblicamente batizado?" E adventista é? E testemunha de Jeová também batiza por imersão. Acontece que todas as denominações só batizam os candidatos se eles professarem as suas doutrinas. Isso quer dizer que eles são batizados se seguirem ensinamentos heréticos. Sou crente batista já muito antigo para aceitar essas novidades. Diácono convicto, tendo minha maneira de ser. Podem me criticar; mas, se me colocam para distribuir os elementos da ceia, tenho dificuldades em assistir a um não batista colocar a mão neles. Sou batista, e daí?" Juarez Azevedo (Transcrito de O Jornal batista de 28/10/ a 16/07/00).
Aí está o que o irmão, Dr. Juarez pensa e escreve. Com isso ele está colaborando para a manutenção da "identidade denominacional" e isto já faz algum tempo. Ele aclara a posição correta, ele adverte, ele acusa deslizes. É bom rever conceitos e reafirmar princípios. Só se perde identidade, quando se têm princípios. Os batistas os temos. Vale a pena mantê-los por santa convicção.