sábado, 30 de agosto de 2008

Seitas Racistas

Pentecostalismo

O "pastor" Charles Fox Parham é tido merecidamente como o fundador do pentecostalismo. Foi ele o fundador das "assemblies of god", que aqui no Brasil, tomou o nome de "assembléia de Deus". Atualmente e desde muitos anos, a maior denominação pentecostal aqui.

Parham era racista declarado e militante. Odiava negros e tudo o que não fosse da suprema raça ariana. Pertencia à KKK (Ku Klux Klan), desde tenra idade. Em 1910, enquanto fundava o pentecostalismo, tinha lugar de destaque na Ku Klux Klan. Foi preso após ter violentado sexualmente um garoto. Como era poderoso, na KKK, soltaram-no logo. Numa hora, bradava no púlpito contra a imoralidade. Noutra, praticava sodomia. Enquanto isto, milhões acreditavam [e acreditam até hoje] em suas pregações.

Obrigava um aluno negro a assistir as aulas sentado numa cadeira fora da classe, no corredor. Antes de morrer, exigiu que fosse enterrado onde nenhum negro estivesse.

Espiritismo - Kardecismo

As palavras de Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail): "O negro pode ser belo para o negro, como um gato é belo para um gato; mas não é belo no sentido absoluto, porque os seus traços grosseiros, seus lábios espessos acusam a materialidade dos instintos; podem bem exprimir as paixões violentas, mas não saberiam se prestar às nuanças delicadas dos sentimentos e às modulações de um espírito fino. Eis porque podemos, sem fatuidade, eu creio, nos dizer mais belos do que os negros e os Hotentotes; mas talvez também seremos, para as gerações futuras, o que os Hotentotes são em relação a nós; e quem sabe se, quando encontrarem os nossos fósseis, não os tomarão pelos de alguma variedade de animais." (Obras Póstumas).

"Com efeito, seria impossível atribuir a mesma antiguidade de criação aos selvagens que mal se distinguem dos macacos, que aos chineses, e ainda menos aos europeus civilizados" (A Gênese).

A reencarnação apóia o racismo: "Nascer, morrer, renascer é o trabalho continuo a que está sujeito o espírito, passando por todas essas transições, desde o tipo boçal ao gênio. Não importa saber quantos milhares de anos foram precisos para tomar as feições humanas, o tempo que demorou na raça indígena e Na Preta, Até Chegar À Branca, e nem as várias nacionalidades que adotou na sua trajetória..." (Contribuições para o Espiritismo, Alexandre Dias, 2 ed., Rio de Janeiro, 1950, pg. 19 - conferir Allan Kardec, O que é o Espiritismo, Edição da Federação Espírita Brasileira, Brasília, 32a edição, sem data, pp. 206-207)

Na obra intitulada O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta:

"6 --Por que há selvagens e homens civilizados? Se tomarmos uma criança hotentote recém nascida e a educarmos nas melhores escolas, fareis dela, um dia, um Laplace ou um Newton?" (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Instituto de Difusão Espírita, Araras, São Paulo, sem data, capítulo V, p. 126).

Já a pergunta denota um certo racismo, pois supõe que uma criança hotentote, ainda que educada nas melhores escolas, não teria possibilidade natural de alcançar o nível de um cientista branco.

Allan Kardec explicita seu racismo brutal e grosseiro na resposta que dá a essa pergunta, por ele mesmo feita:

"Em relação à sexta questão, dir-se-á, sem dúvida, que o Hotentote é de uma raça inferior; então, perguntaremos se o Hotentote é um homem ou não. Se é um homem, por que Deus o fez, e à sua raça, deserdado dos privilégios concedidos à raça caucásica? Se não é um homem, porque procurar fazê-lo cristão ?" (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Instituto de Difusão Espírita, Araras, São Paulo, sem data, capítulo V, p. 127).

É patente, nas frases citadas, que Allan Kardec considerava a raça branca - a caucásica - superior à raça hotentote. E Kardec chega ao absurdo de levantar a hipótese de que um hotentote não seria um homem! Hitler aprovaria a doutrina racista de Kardec.

Allan Kardec era um racista grosseiro e brutal. E a doutrina espírita é racista. Daí, o orgulho que ela suscita em seus seguidores, que - se são caucásicos - se julgam superiores aos demais mortais, quer porque os consideram de raças inferiores, quer - quando se comparam a outros brancos - os julgam pouco evoluídos espiritualmente.


Adventistas do 7º Dia - Sabatistas

"Mas há uma objeção ao casamento da raça branca com a preta. Todos devem considerar que não têm o direito de trazer à sua prole aquilo que a coloca em desvantagem; não têm o direito de lhe dar como patrimônio hereditário uma condição que os sujeitariam a uma vida de humilhação. Os filhos desses casamentos mistos têm um sentimento de amargura para com os pais que lhes deram essa herança para toda a vida". (Ellen Gould White, Mensagens Escolhidas - vol.2; Editora Casa Publicadora, Sto. André - SP; 1985 - pág. 343 e 344).

"Em resposta a indagações quanto à conveniência de casamento entre jovens cristãos de raças branca e preta, direi que nos princípios de minha obra esta pergunta me foi apresentada, e o esclarecimento que me foi dado da parte do Senhor foi que esse passo não deveria ser dado...Nenhuma animação deve ser dada a casamentos dessa espécie entre nosso povo..." (Ellen Gould White op.cit.).

Mórmons - Santos dos Últimos Dias

Os negros, segundo o mormonismo, foram os espíritos que lutaram ao lado de Lúcifer contra Deus. Por essa causa, segundo o mormonismo, foram enviados a Terra com a pele escura. Esta é a explicação dos Mórmons para a raça Negra. Por essa razão os negros foram por mais de 140 anos, barrados no mormonismo. Brighan Young (um dos principais líder desta seita) declarou: "Você vê alguns da família humana que são negros, desajeitados, feios, desagradáveis e baixos em seus costumes, selvagens e aparentemente sem a benção da inteligência que é normalmente dada á humanidade... O Senhor pôs uma marca neles, que é o nariz chato e a pele negra" (Journal of Discourses [jornal de sermões] Vol.7, pags.290, 291).

"Devo dizer-vos qual é a lei de Deus com relação à raça africana? Se o homem que pertence à semente escolhida [mórmon] misturar seu sangue com a semente de Caim [negros], a penalidade, sob a lei de Deus, é a morte no local. ISSO SEMPRE SERÁ ASSIM." (Brigham Young, Journal of Discourses [jornal de sermões], vol. 10, pág. 110).

"Vós vedes algumas classes da família humana que são pretas, incultas, indecentes, desagradáveis e baixas em seus hábitos, selvagens e aparentemente privadas de quase todas as bênçãos da inteligência que em geral são concedidas à humanidade..." (Joseph Fielding Smith, The Way to Perfection [O caminho para a perfeição, página 102].

Testemunhas de Jeová - Russelitas

"As raças negra e latina provavelmente sempre serão inclinadas à superstição." (Torre de Vigia de Sião de 1/4/1908, p. 99 - em inglês).

"...É verdade que a raça branca exibe algumas qualidades de superioridade sobre qualquer outra... há grandes diferenças na mesma família caucasiana [branca]... O segredo da maior inteligência e aptidão dos caucasianos [brancis], indubitavelmente é, em grande medida, para ser atribuído à mistura de sangue dentre seus diversos ramos; e isto foi evidentemente forçado em larga medida pelo controle divino." (Torre de Vigia de Sião de 15/7/1902, p. 216 - em inglês)

"Deus... evidentemente tem sido um respeitador das raças, e tem abençoado especialmente e favorecido certos ramos da raça Ariana na Europa e América... a raça branca tem sido mais abundantemente abençoada com a luz das boas novas do que as outras... a igreja eleita será provavelmente composta principalmente da altamente favorecida raça branca..." (A Bíblia versus A Teoria da Evolução, 1898, pp. 30,31 - em inglês).

"Há cerca de 100 irmãos de cor na lista da Torre de Vigia... nós recebemos cartas de algum deles... expressando surpresa que nós tenhamos, na chamada por voluntários, na edição de 1o. de Março de 1900, restringido a pesquisa às igrejas Protestantes brancas... a razão é que, tanto quanto somos capazes de avaliar, as pessoas de cor tem menos educação do que as brancas... muitas delas insuficiente para que possam ter proveito a partir de tal leitura... Nossa conclusão é que a leitura de matéria distribuída para uma congregação de pessoas de cor resultaria em desperdício de mais da metade... a literatura da Torre de Vigia é introduzida para pessoas de cor, não para circulação promíscua, mas só para aqueles que tem atenção pela verdade." (Torre de Vigia de Sião 15/4/1900, p. 122 - em inglês).

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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Será que Cristo voltou e eu não fiquei sabendo?

É impressionante o número de notícias ruins advindas do meio evangélico nos últimos tempos. Tem-se a impressão que a igreja virou mundo tantas são as atrocidades e barbaridades cometidas por líderes cristãos e tudo isso em nome de Deus.

Até parece que já estamos no fim do mundo e que Cristo já voltou e nós não ficamos sabendo. Até parece que Cristo está ausente deste planeta chamado Terra, pois ele não é mais referencia para os ministérios pastorais, não é modelo para a vida diária. Pastores prometendo curas e não cumprindo. Pastores prometendo todos os tipos de restaurações e nada acontecendo. Pastores iludindo o povo na área financeira. Igrejas perdendo suas propriedades. Crentes entregando seus bens para as igrejas. E assim caminha a mediocridade evangélica neste Brasil cansado de tantas promessas e tantas fábulas por parte dos políticos e agora acrescida da desilusão religiosa.

A esperança vai aos poucos se tornando desesperança.

Quando podíamos ser sal, somos salmoura. Quando podíamos ser luz, somos uma pequena chama. Quando podíamos ser fermento, somos um pó que estraga a massa. Quando podíamos ser embaixadores de Cristo somos portadores de estórias caducas que não fazem nenhum sentido. Quando podíamos ser o perfume de Cristo somos impregnados do cheiro da morte.

Sugiro que você não se envolva com nenhum "ministério" miraculoso e fanfarrão que promete a você o impossível. Não ajude e não oferte para estas causas porque elas não são nobres.

Envolva-se com aquilo que promove o reino de Deus e o avanço do evangelho entre os povos. Isto sim deve ocupar o seu coração.

Será que Cristo voltou e eu não fiquei sabendo?

Fique tranqüilo que certamente ele ainda não voltou, mas pode ter a certeza de que ele está voltando mais rápido do você pensa. Ele tem que voltar antes que os "profetas" liquidem com o Seu nome.

Antonio Carlos Barro

domingo, 24 de agosto de 2008

Unidos pelo erro - em paz com os inimigos de Deus

"Não vos deixeis levar por doutrinas várias e estranhas..." (Hb 13.9)

Neste artigo meu alvo é demonstrar como a apostasia tem avançado dentro das igrejas. O fato problemático é que as denominações históricas também têm caminhado a passos largos nessa direção. Fico perplexo com a ousadia de pessoas que se dizem "evangélicas", com suas "inovações" na área litúrgica. São práticas mundanas, abomináveis, que jamais, em época alguma da história da Igreja, foram praticadas no culto ao Deus Eterno.

A Bíblia identifica tais coisas como apostasia. Seus efeitos e conseqüências são devastadores para a adoração cristã: enfraquece a fé dos mais antigos pelo desânimo, neutraliza e cauteriza o frágil sistema de defesa dos novos convertidos, criando uma geração de pseudo-adoradores que adoram a si mesmos através do entretenimento.

A filosofia orientadora desse movimento é unir pelo erro e não dividir pela verdade. Dessa forma, enaltecem a auto-ajuda em detrimento da ajuda do alto; por isso, preferem palavras agradáveis à mensagem confrontadora do Evangelho.

Lucas, o grande evangelista, afirmou (At 17.6) que nossos antepassados transtornavam o mundo com a mensagem do Evangelho; hoje é o mundo que está transformando e transtornando a igreja com a sedução de suas mentiras. É, realmente o evangelho moderno é uma filosofia na qual...

1 - Entretenimento é a palavra-chave, seja musical ou teatral

Para tornar atraentes seus "produtos", estes "vendedores da fé" têm utilizado muito marketing, com os mais variados métodos, que vai do entretenimento ao misterioso. Dos shows musicais introduzidos no culto, trenzinhos, danças das mais variadas, pula-pula, palmas ao estilo candomblé, testemunhos levianos, óleo "ungido" (não sei como conseguem a proeza de ungir o próprio óleo), vendas de "lenços ungidos", cornetas de Jericó, kit de beleza da..., águas do Jordão... Há uma variedade quase interminável de práticas estranhas ao culto ao Eterno.

Em relação às músicas, na verdade não se pode chamar de música esse lixo gospel das "igrejas modernas" que alimentam esse tipo de imundície, uma vergonha! São compositores de mentes sujas, alinhados com a mensagem de Satã. Para exemplificar, cito a tal "música do céu", uma vergonhosa versão gospel da música do créu... Jesus disse: "Errais não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus" (Mt 22.29). Paulo nos exorta a que nos afastemos de tais pessoas: "... Mas, agora, escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso (...) com o tal nem ainda comais" (I Co 5.11).

Do lado "misterioso" estão as enganadoras "incorporações" de demônios, gargalhadas e risos incontroláveis, pessoas em estado de histeria rugindo, uivando, à semelhança dos animais irracionais. Somando-se a tudo isso vem o tal sopro do "espírito da mentira" e outras loucuras... Nessas igrejas, a corrida pela busca de membros é intensa, inclusive a conhecida "pesca em aquário". Infelizmente não existe nesses grupos uma pregação bíblica e confrontadora do pecado. Ao contrário, a triste realidade mostra que eles trabalham para atenderem a uma espécie de "demanda de mercado", onde os fiéis são consumidores e ávidos por entretenimento, e o produto principal (em um país de desempregados) é a tão almejada prosperidade financeira.

A igreja moderna se embriagou com o vinho imundo da grande meretriz (Ap 17.2). É importante notar que a marca do "cristão" infectado com o "vírus maligno da apostasia" é ser facilmente "levado para todos os lados", buscando alguma doutrina nova, diferente e espetacular. Seus ouvidos estão sempre comichando para ouvir algo "novo" e sensacional, algo que o entretenha, algo agradável à carne. Contudo, a Bíblia adverte: "Não vos deixeis levar por doutrinas várias e estranhas..." (Hb 13.9). Não se deixe conduzir de lá para cá, de um lado para o outro, "...porque bom é que o coração se fortifique com a graça" (Hb 13.9).

2 - A Igreja está em declínio no Evangelho

2.1 - O afastamento das Escrituras Sagradas

Muitos cristãos sinceros estão desolados porque literalmente suas igrejas estão acabando. Igrejas que outrora eram históricas, com um belo passado de serviços ao Reino de Deus, marcado pela fidelidade bíblica, agora têm um futuro sombrio porque se afastaram da Palavra para seguirem os frágeis métodos humanos do pragmatismo. De verdadeiras igrejas, passaram a grandes clubes onde a palavra de ordem é o entretenimento.

Nessa corrida do declínio, em que para baixo todo demônio empurra, há muitos pastores encantados e seduzidos pela doutrina de Jezabel. Estes líderes seduzidos, por sua vez, estão produzindo "filhos da sedução". Ensinam a "prostituição e o consumo de alimentos sacrificados aos ídolos" (Ap 2.20). A prostituição é a espiritual e o alimento são as falsas doutrinas que fazem com que a igreja fique em paz com os inimigos de Deus.

Multidões de cristãos cegos, mal conduzidos, estão "celebrando" (na linguagem deles). Acreditam que estão louvando ao Senhor em igrejas escravizadas pela falsa doutrina. Centenas de pessoas sentam-se para ouvirem mestres que pregam "... doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras..." (I Tm 4.1-2). E ainda saem dizendo: "Não é uma maravilha?" Por outro lado, muitas igrejas fiéis estão sendo divididas, solapadas, onde crentes sinceros são perseguidos e até mesmo escorraçados porque não aceitam que suas igrejas fiquem em paz com os inimigos de Deus. Toda essa operação da apostasia segue uma estratégia.

2.2 - A estratégia da operação do erro

A operação da apostasia é muito bem planejada. Vai desde as perversões da Palavra de Deus, a Bíblia, até a liturgia cúltica. Sob a denominação de versões modernas, com uma linguagem mais atual ou de hoje... As "novas" versões da Bíblia foram lançadas com muita pompa no século 20. Apresentam linguagem agradável e mesmo bonita. Contudo, o preço dessa linguagem mais acessível é a falsificação da Palavra de Deus, conforme já demonstrado na série de artigos "Escritura Sacada", publicada anteriormente neste periódico.

Em relação aos cultos, os sacros hinos, com suas letras recheadas de sólido conteúdo bíblico, foram substituídos por corinhos repetidos, repetidos..., cantados em pé (coitados dos irmãos da terceira idade)... Esses corecos, digo, corinhos, são paupérrimos em suas letras, com pouquíssimo conteúdo, salvo raras exceções. Acrescentem-se ainda as inserções de práticas estranhas ao culto a Deus: "realização de shows", frases hipnóticas de efeito, equipes de danças (ainda ousam denominar ministério de dança), "palmas para Jesus", "pula-pula", cair no "espírito" (da mentira) e outras aberrações pagãs... É verdade que a igreja moderna está unindo pelo erro para não dividir pela verdade. Qual será o preço desse pecado?

A noção de pecado foi suavizada, relativizada. Vi uma reportagem na TV onde uma pessoa, afirmando ser evangélica e "irmã", disse que havia lançado um filme "pornô evangélico". Isso já ultrapassa o ridículo e cai no desrespeito. É a banalização do pecado. Como podemos nos ajuntar com pessoas que pensam e praticam tais coisas?

Conclusão

O modernismo evangélico, em acomodação com o mundo, introduziu um cristianismo sem a necessidade de nascer de novo. Onde quase tudo é permitido e negar-se a si mesmo e tomar a cruz de Cristo tornou-se opcional. Os púlpitos brasileiros "estão cada vez mais empobrecidos. Pastores animam seus auditórios com frases de efeito, contentam suas igrejas com mensagens superficiais...".

Muitas são as razões para o declínio contemporâneo da igreja: 1. A influência negativa do surgimento de novos meios de comunicação e de novas mídias interativas; 2. A aversão do homem pós-moderno pela verdade objetiva ou absoluta (aqui está uma das justificativas do surgimento de versões da Bíblia relativizadas); 3. A secularização da sociedade; 4. O afastamento do cristianismo das Escrituras, o que tem levado à corrupção da pregação, degenerada em eloqüência de palavras, demonstração de sabedoria humana, elucubrações metafísicas, meio de entretenimento ou embromação pastoral dominical...

É imprescindível que se tenha consciência de que Deus está presente em nossos cultos, seja recebendo a nossa adoração, seja recusando-a. A presença da grandeza, da majestade e da santidade de Deus é mais que motivo para tornar-nos cheios de reverente temor diante dEle e para que retiremos de nossa liturgia elementos profanos (sensuais, irreverentes e estranhos). "Arrepia-se-me a carne com temor de Ti..." (Sl 119.120). Que Deus nos guarde da apostasia.

Pr. Wílson Franklim

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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Batistas por convicção

Tenho insistido com o que escrevo sobre a situação que permitimos ao buscar novidades para manter os membros nas igrejas. Estou consciente de que todos nós precisamos viver o Evangelho na sua pureza e inteireza. As inovações podem trazer altos riscos e introduzir coisas que descaracterizem o propósito divino original. Alguns podem chamar-me de batistão, mas se eu fosse de outra denominação não poderia buscar maior aproximação da doutrina bíblica do que sendo Batista.

Aproveito esta mensagem para agradecer a Deus por ter livrado a minha vida da morte eterna, da corrupção e do domínio escravocrata do inferno, livramento que é o mais importante depois da possibilidade de servir ao Senhor Jesus que me salvou. E é por isso que busco uma cumplicidade dos irmãos líderes Batistas para que não permitamos que a nossa denominação descaminhe e perca o rumo, transformando vã a luta de tantos irmãos que deram suas vidas para que nós hoje tivéssemos a oportunidade de usufruir de uma denominação Batista mais íntegra e mais próxima das Verdades Bíblicas.

Precisamos continuar, mesmo que agora não tenhamos mais de enfrentar as lutas que os irmãos do passado enfrentaram, mas precisamos envidar um mesmo esforço na preservação do que recebemos deles. Há uma evidente investida do inferno contra nós Batistas, porque procuramos nos manter firmes na Palavra, evitando o desvio proposto pela sociedade mundana e seus propósitos ditados pelo príncipe deste mundo. Aparentemente perderemos porque alguns não suportarão a sã doutrina, mas lembro a todos nós que no início também foi assim. O próprio Jesus enfrentou o que enfrentamos hoje quando muitos discípulos ouvintes resolveram abandonar o Mestre ao serem confrontados em vivenciar a prática do que Ele ensinava. Mas o que poderíamos esperar sobre qual seria a reação do nosso Senhor Jesus? Arrumaria um jeitinho para agradar aos insatisfeitos? Deixaria a cruz em troca do trono terrestre, O escárnio pela aclamação temporária? Ai de nós se Ele fizesse assim!

Mas Jesus foi firme e convocou os seus discípulos conclamando a que se posicionassem diante de tão grande desafio. "Querem vocês também abandonar-me?" A quem serviremos...?!" Esta questão também é apresentada diante de cada um de nós nos dias atuais. Abandonaremos Aquele que nos dá serviço e desafios, concedendo e concordando com as alternativas surreais propostas pelos que não conhecem bem o desafio determinado ou obedeceremos ao Mestre em tudo, sem esmorecer, com alegria e pondo a nossa vida a disposição DAQUELE que é tudo em nós é tudo o que temos.

Sei da dificuldade em manter-se uma igreja unida em torno de um mesmo ideal bíblico-doutrinário sem comprometer-se com as propostas inusitadas, ilusórias e aparentemente especiais e perfeitas para a igreja onde congregamos. Como conseguiremos fazer crescer ou mesmo manter o número de membros que por causa das permissões e estratégias das outras igrejas deixam a nossa e partem para aquelas que lhes oferecem melhores opções de cultuar? Queremos crescer e perceber este crescimento! Mas qual o preço que estamos dispostos a pagar por isso?

A nós líderes, cabe então, o esforço para mantermos sãos, irrepreensíveis e firmes, aqueles que forem por Deus encaminhados para que, junto conosco, levemos o Evangelho sem maquiagem, acréscimo e corrupção aos outros que haverão de compartilhar e dar continuidade ao Propósito de Deus para os homens.

Precisamos confrontar a todos para que sejamos Batistas por convicção e não por mera conveniência.

E que Deus nos abençoe!

Henri - Liga não...eu sou servo Batista!!!

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Unção dos Quatro Seres? Que Miséria é Essa?

Imagine uma igreja onde um grita histericamente, o outro pula desordenadamente, outro rodopia, alguns imitam animais e outros "falam em línguas" o mais alto que podem em clara desobediência a Bíblia. Isto é ou não é confusão (ICo 14.33)? Pois isso é o famoso movimento herético da "adoração extravagante" (e bota extravagante nisto!) que tem trazido a cena a tal "unção dos quatro seres" que por si só já escandaliza crentes e incrédulos.

Confesso que nestes meus 28 anos de caminhada cristã, presenciando tantas "bizarrices" e "esquisitices" tais como unção do riso; unção apostólica; crentes de 2ª classe; troca de anjo da guarda; arrebatamento ao 3º céu seguido por "novas revelações"; festa dos sinais; baladas gospel; sal grosso para espantar mal olhado; maldições hereditárias; encostos; óleo ungido; sessões do descarrego; ministrar louvores de costas; pulseiras proféticas; Levitas (este já cumpriu sua função e foi substituído pelo ministério de Cristo Hb 7:5-28); caçadores de deus (misericórdia!!); etc., achava que nada mais me surpreenderia, no entanto, sou obrigado a admitir que fiquei enojado quando me deparei com este mais novo tipo de "unção".

Esta tal "unção" é a mais nova moda entre a juventude "evangélica" brasileira, mas o que isso seria exatamente?

Felizmente meu curso no CETEO é de teologia mas receio que deveria ter cursado "zoologia" a fim de entender esta nova bizarrice. Em primeiro lugar, o termo "unção dos quatros seres" não aparece em nenhum lugar das Escrituras e em toda a historia do cristianismo não existe qualquer referência a tal unção. Baseando-se em Ap 4.7, que descreve quatro seres viventes, um semelhante ao leão, outro semelhante a águia, outro semelhante ao novilho e outro semelhante ao homem, os adeptos desta "zooteologia" herética acreditam que pessoas - em um estado completamente alterado de consciência - recebem a tal "unção dos seres viventes" e começam a imitar os bichos descritos, rugindo e andando de gatinho como um leão, batendo os braços como se fosse uma águia, imitando um novilho, ou, o que supostamente teria a "unção do homem", chorando descontroladamente. Não há nenhuma referencia Bíblica que algum servo de Deus tenha recebido tal "unção" e, além do mais, a Bíblia informa que os seres dizem: Santo, Santo, Santo, em vez de rugir, chorar, andar de quatro ou coisa parecida. Nem no Antigo Testamento, nem no Novo, nem na Igreja Primitiva e nem na Igreja da Reforma houve manifestações de pessoas recebendo a tal "unção". Não vejo na Bíblia ninguém "ungido" imitando animais. O que vejo é algo que beira o inverso disto.

Vejo uma jumenta falando (cf. Nm 22.28), mas não vejo nenhum personagem bíblico "ungido" zurrando feito um jumento - apesar de já ter presenciado um monte de "jumento" falando asneiras pelos púlpitos, rádios e TVs deste Brasil afora. Aliás, o único fato que conheço de alguém que se tornou tal qual um animal foi Nabucodonosor, mas foi devido a um castigo - e não a uma "unção" de Deus. A "imitação" imposta a ele foi tão perfeita que acabou comendo capim no relento como um boi, durante sete tempos (cf. Dn 4.31-34).

Não preciso ser nenhum mestre para saber que esta tal "unção" é uma falácia doutrinária. Alguns ainda têm a "cara de pau" de tentar respaldar na Bíblia esta atrocidade. Onde encontramos a palavra "unção" no texto de Ap 4.7 e quando foi que Jesus ou os Apóstolos ensinaram que receberíamos essa tal "unção dos quatro seres"? Para começo de conversa, quem disse que os quatro seres eram respectivamente leão, novilho, homem, águia? Será que os adeptos desta heresia estão tão cegos que não conseguem nem mais ler direito? O texto diz "semelhante" ao leão, semelhante ao novilho, semelhante ao homem e semelhante à águia. Qualquer pessoa pode ver que se trata de uma visão e não de uma unção, mas a "escola de interpretação alegórica" permite aos tais dar ao texto o sentido que sirva a seus interesses megalomaníacos. Não vejo o menor propósito em sair andando de quatro como um leão, saltitando como um bezerro, batendo os braços imitando uma águia ou chorando descontroladamente como um tolo. Aliás, a águia está voando e eu queria vê-los sair voando por ai. João, simplesmente por não conseguir identificar o que eram aqueles seres, comparou-os a elementos terrenos, apenas isso!

O Pastor Derek Prince em seu livro "Proteção contra o Engano" falando sobre esse assunto, cita manifestações que presenciou em cultos pagãos na África, onde as pessoas em transe recebiam "espíritos de animais" e começavam a agir como tais, rugindo como leão, dando cabeçadas em arvores igual aos elefantes e por ai vai. Não é preciso ir tão longe para presenciar esse tipo de coisa. Em terreiros de cultos afro-brasileiros também são comuns esses tipos de manifestações.

A verdade é que esta prática carece totalmente de apoio bíblico. Não há em toda a Bíblia uma única menção a tal "unção" ou "adoração extravagante". Ela é, na verdade, fruto da mente fértil de alguns líderes ávidos por notoriedade e dinheiro. Isso não é coisa de Deus e sim dos que a si mesmo se intitulam apóstolos, paipóstolos e sei lá mais o que! É incrível a capacidade inventiva destas pessoas. São ondas e mais ondas de novidades e quando pensamos que a capacidade criativa deles chegou ao fim, eis que surge uma outra novidade! De minha parte me contento com o louvor bíblico que nos manda adorar a Deus em Espírito e em verdade! (Jo 4.23,24)

Falsos mestres que têm propagado este besteirol nas igrejas

A Bíblia nos alerta sobre o surgimento de falsos mestres, com sinais e prodígios de mentira que enganariam, se possível, até os escolhidos (Mc 13.22). Entre muitos, gostaria de citar aqui, pela ligação com o nosso assunto e a notoriedade na mídia, dois destes falsos profetas:

1. Davi Silva (Ministério Casa de Davi)

A herética "unção dos quatro seres" foi divulgada por Davi Silva e pela "equipe de louvor" Casa se Davi (um dos integrantes é Mike Shea, famoso por ministrar louvores de costas) que inclusive compôs a música "a unção dos quatro seres" a qual incentiva os incautos a "adorar a deus" como os animais em questão. Este "ministério" é famoso pela música "digno é o cordeiro" - onde muitos desavisados cantam a todo pulmão "anjos e querubins estão no seu trono". Isto é totalmente antibíblico e satânico! Apenas um querubim quis estar no trono de Deus: foi Lúcifer (Is 14.13-15). Aliás, a ênfase dada por estes falsos profetas aos seres angelicais chega ao extremo da idiotice. Eles afirmam que anjos tocam bateria, além de cutucar os pregadores impedindo-os de conduzir o culto com racionalidade (interessante notar que a Bíblia ensina que devemos prestar um culto racional a Deus, cf. Rm 12.1). Em uma conferência realizada por este "ministério", uma pessoa ficou rindo durante pelo menos 30 minutos no chão pois disse que um anjo fazia cócegas nela. Isto seria cômico se não fosse trágico! Além da "unção dos quatro seres", esse ministério prega uma igreja judaizante, uso de pulseiras proféticas (parecidas com as usadas no candomblé), atos proféticos e muitas outras modas heréticas e bizarras.

2. Ana Paula Valadão (Diante do Trono - Igreja "Batista"(?!) da Lagoinha)

O famoso grupo "Diante do Trono" [até hoje me pergunto de qual trono?] através da sua protagonista, a Ana Paula Valadão - que se diz "batista" mas não é -, nos proporcionou uma das cenas mais ridícula da qual tive a infeliz oportunidade de ver. Num show a cantora em questão ficou andando de quatro no palco como "um leão", enquanto outros agiam e rolavam como bichos. O mais inacreditável é que ela ainda quis justificar seus atos citando textos do Antigo Testamento e cometendo os mais absurdos erros de hermenêutica! Senão bastasse isto, a tal "pastora" (outra heresia) Ana Paula presenteou seu pai com um leão esculpido em madeira, simbolizando a "unção" que ela recebeu. Veja o que ela declarou em seu blog pessoal: "Mamãe chorou tanto! Eu disse que ela e o papai são os leões grandes, e que nós somos os filhotes - pois compramos um leão pequeno para a nossa casa! É lindo! Forte! Ministra só de olhar!" Que absurdo é este? Isto é idolatria (cf. Ex 20.4)! Aos fãs e discípulos desta "pastora" cabem os dizeres de Ap 2:20: "Mas tenho contra ti o tolerares que Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria".

Não devemos tolerar falsos profetas em nosso meio ensinado heresias. Vamos banir de nossa igreja todos os modismos heréticos que estão invadindo as igrejas e provocando alienações e apostasias.

Confesso que não sei aonde vamos parar. Ao ler e ver aberrações como as narradas acima, sinto-me profundamente desanimado com os rumos da igreja brasileira.

Esta tal "unção" não passa de mais uma invencionice de quem quer manter preso a si as mentes incautas e totalmente desprovidas do menor senso crítico. Estas pessoas são como os meninos, citados por Paulo, que são levados de um lado para o outro por todo vento de doutrina (Ef 4:14). Para onde o vento do modismo gospel soprar, lá vão eles sem ao menos questionarem! E neste zoológico gospel lá estão eles, caçando deus, andando de 4, batendo os braços e saltitando como bezerros.

São assim por serem analfabetos de Bíblia e adoradores do extraordinário. Cultuam as "maravilhas" e por isso não se contentam com o modelo bíblico de adoração. Precisam estar sempre inventando uma novidade para massagear seus próprios egos e lhes dar destaque entre os incautos que gostam de tais "manifestações" esdrúxulas. Tais manifestações não têm nada a ver com o Espírito Santo de Deus. Ao invés de enaltecer o Evangelho de Cristo, tais atitudes tem servido para ridicularizá-lo. Devemos adorar a Deus da forma que Ele quer e exige e não do modo que queremos ou achamos que é o correto!

O que me chama a atenção é que a igreja evangélica brasileira diante de tanta tolice ainda advoga a causa de que estamos vivendo momentos de um genuíno avivamento. Eu lhe pergunto: Que avivamento é esse, que não produz frutos de arrependimento? Que avivamento é esse que não muda o comportamento do crente? Que avivamento é esse que não converte o coração do marido a esposa e vice-versa? Que avivamento é esse que rasga a relação entre pais e filhos? Que avivamento é esse que relativiza a ética? Faltam-nos lágrimas, choro e arrependimento diante de tantas aberrações. Falta-nos decência, leitura da Bíblia e compromisso com o Deus da Palavra e a Palavra de Deus! O culto deve ser uma solenidade racional para louvar a Deus, e não um entretenimento puramente emocional para satisfação pessoal.

Quanta bobagem, quanto besteirol sem nenhum respaldo Bíblico ou Histórico! Aquele que ensina ou faz uso de práticas que a Bíblia não ordenou é mentiroso, e como tal é filho do Diabo! Que Pastores, lideres e membros estejam vigilantes, para que ventos de doutrinas não invadam suas igrejas, causando divisão e confusão em seu meio. Fica aqui um alerta: Antes de convidar alguém para pregar ou cantar em suas igrejas, acampamentos, retiros etc., procure se informar bem sobre a linha doutrinária seguida por essa pessoa, para evitar futuros problemas. A Igreja de Cristo não deve aceitar nada que não esteja respaldado na Bíblia!

E antes que alguém venha me atacar dizendo que não posso julgar, já vou dizendo que não só posso como devo. O julgamento que a Bíblia proíbe é o julgamento temerário (sem fundamento, sem base). Os bereanos julgaram as pregações do apóstolo Paulo e, em lugar de serem criticados por isso, foram chamados de nobres (cf. At 17.11). João, o apóstolo do amor, nos diz: "Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus" (1 Jo 4.1). Paulo também nos exorta: "julgai todas as coisas, retende o que é bom;" (1 Ts 5.21).

Louvor extravagante? Caçadores de deus? Anjos e querubins no trono de Deus? Levitas? Unção dos quatro seres? Eu estou fora! Estou satisfeito com o dom das Escrituras que me dão instrução abundante para tudo que eu preciso saber!

(DAJ - compilado)

Arreio Pastoral

Estava conversando com um casal amigo, que me contou o ocorrido em sua igreja de origem, no interior de São Paulo.

O pastor titular resolveu mostrar a todos quem era o líder, e como deveria ser tratado. Na frente de toda a igreja, grande em número, o referido ministro do evangelho intimou cada um de seus doze discípulos a, na presença de todos, lamber o sal que havia colocado em sua mão e, ato contínuo, seus discípulos foram até ele e, cada um, lambeu um pouco do sal na mão do "ungido".

Em Goiânia, um colega me explicou o ato do sal na mão. Disse-me que é o que se faz quando se deseja colocar arreio em cavalo rebelde. Coloca-se um punhado de sal na mão, leva-o até a boca do animal e, enquanto este está comendo na mão do dono, o arreio é colocado sobre o seu dorso, sem que ele reaja.

Jesus Cristo, conta a Escritura, um dia, também, resolveu mostrar quem era o líder e de que maneira ele tinha de ser imitado: "Jesus, sabendo ... que o Pai tudo confiara às suas mãos, e que ele viera de Deus, e voltava para Deus levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela. Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Depois de lhes ter lavado os pés, tomou as vestes e, voltando à mesa, perguntou-lhes: "Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque Eu o Sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque Eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou" (Jo 13.2-5; 13-16).

O nobre colega, em questão deveria ler mais esse texto, aliás, ele e a turma da qual ele faz parte, que vive a dizer, tirando do contexto, o verso: "Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei." (1 Sm 15.23)

Quem cometeu pecado de rebeldia, senão o líder, que usurpando a autoridade de Cristo submete seus discípulos à humilhação? Quem cometeu pecado de rebeldia, senão o líder, que usurpando a autoridade de Cristo obriga seus discípulos a satisfazer a seus caprichos e suas decisões espúrias? Soube que na Bahia, um homem considerado como digno por seus pares, contrariando os seus valores, levou sua igreja apoiar certa candidatura para não incorrer no pecado de rebeldia em relação ao seu discipulador, que, depois de impor-lhe esse, mudou de idéia quanto a que candidato apoiar, decidindo apoiar um ímpio, sabe os céus porque razão.

Líder cristão demonstra a sua liderança lavando os pés de seus discípulos e não pedindo mais dinheiro.

Líder cristão demonstra a sua liderança amando aos seus discípulos até o fim a ponto de dar a vida por eles, e não pedindo melhores carros e casas.

Líder cristão é exemplo do que significa ser ovelha de Cristo.

Líder cristão sabe, a exemplo de Cristo, que tudo o que tem e o que precisa recebeu e receberá de Deus, sabe que veio do Senhor e para Ele vai voltar, sabe quem é, porque é e para quem é, logo, não precisa de ninguém paparicando-o, nem autenticando a sua liderança.

Líder Cristão não precisa de títulos e quando os tem não os usa.

Líder cristão é servo, é isso que mostra quão próximo ele está do Senhor Jesus Cristo.

Os demais são anátemas.

Ariovaldo Ramos

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Os Crentes de Beréia e os Crentes-diarréia

A tarefa da Teologia, ao contrário do que muitos pensam, sempre foi de sistematizar e facilitar as doutrinas cristãs para que a comunidade cristã viva uma vida em santidade de acordo com o ensino das Escrituras.

Traçar paralelos entre a Teologia e situações de nosso dia a dia é uma boa maneira de aprender. No presente texto vamos fazer uma reflexão teológica sobre dois tipos de cristãos: os crentes de Beréia e os crentes-diarréia.

Existem basicamente dois tipos de diarréia: a simples e a perigosa. Para deixar o texto com ar mais científico podemos definir também como diarréia benigna e diarréia maligna.

A diarréia simples ou benigna é a que presenciamos eventualmente em nosso cotidiano. Ela ocorre, em muitos casos, devido à ingestão de alimentos que não foram tratados com devida higiene ou com ingredientes estragados. A diarréia simples possui alguns nomes populares como, por exemplo, "piriri-gangorra" e é, freqüentemente, motivo de boas risadas entre um ciclo de amigos. Afinal, ver um amigo sair mais cedo do trabalho ou da escola para passar o dia inteiro "diante do trono" é muito cômico.

Já a diarréia perigosa ou maligna não é motivo de piada. Ela é evidenciada principalmente nos locais mais pobres do mundo, como a África. Ela ocorre devido ao escasso acesso à água potável. A diarréia maligna é fatal por duas razões: a criança é privada de água pura, que é essencial para a manutenção do corpo humano e, além disso, ingere água contaminada, levando para dentro de seu estômago, vermes, bactérias, etc. A diarréia maligna dizima, anualmente, 1,8 milhões de crianças africanas.

O que seria um crente-diarréia? Bem, é um crente que sofre de uma diarréia espiritual. Da mesma forma que ocorre com a diarréia comum, a diarréia espiritual possui dois tipos: diarréia espiritual benigna e diarréia espiritual maligna. Podemos evidenciar os dois tipos de diarréia espirituais entre os crentes.

A diarréia espiritual benigna é a que faz os cristãos serem motivos de chacota perante o mundo. Entre os sintomas dessa diarréia podemos apontar, por exemplo, os chavões do povo evangélico brasileiro. As pessoas gritam "Aleluias" sem saber que "Aleluia" não pode ter plural, aliás, na maioria dos casos, nem sabem o significado daquilo que estão gritando! Também podemos apontar os atos proféticos ridículos como fazer xixi profético para demarcar território do Espírito Santo; brincar de leãozinho a quatro patas durante eventos supostamente evangelísticos; colocar nos punhos cordinhas para amarrar demônio, entre outros. Essas atitudes circenses fazem o povo evangélico ser motivo de piadas. Porém, ao contrário de uma pessoa comum com diarréia (que ouve chacota sem gostar), os evangélicos parecem gostar de fazer papel de besta. Quanto mais criticados, mas alto cantam "não importam o que vão pensar de mim...".

A diarréia espiritual benigna também é causada pela ingestão de alimentos espirituais de má procedência, mas não totalmente estragados, pois ninguém ingere o que sabe ser ruim. Aquelas coxinhas fritas espirituais dos botecos de esquina, apesar de ter aparência boa, são cheias de colesterol espiritual e, cedo ou tarde, vão te jogar no chão. Esses alimentos vêm disfarçados de Evangelho, mas contêm princípios seculares, anti-bíblicos e carregados de padrões mundanos.

Para não passar nada em branco em nossa comparação, podemos apelidar esse estado como "espiriritual-gangorra".

Da mesma forma que ocorre com a diarréia espiritual benigna, a diarréia espiritual maligna também surge devido à má alimentação, porém, essa é diarréia é fatal. Quando o crente deixa de se alimentar da Água Viva, Jesus Cristo, o corpo não resiste e morre. A Água Espiritual é essencial para que a vida espiritual exista, sem ela morremos. Ouvimos com freqüência notícias de que grandes templos europeus têm fechado as portas, esse é um sintoma da diarréia espiritual benigna. A alma que não bebe da Fonte da Vida, morre.

Como vimos nos dois casos, à diarréia é causada pela ingestão de maus alimentos. Como procedemos em caso de diarréia? Primeiro, devemos correr ao vaso sanitário espiritual e eliminar os resíduos dos alimentos contaminados, limpar com papel higiênico espiritual e dar descarga (será que foi daí que veio o culto do descarrego?).

Depois de sarados, devemos tomar cuidado para não voltarmos a ser crentes-diarréia. Para isso, devemos agir como os crentes de Beréia. Quem são eles? Veja o que a Bíblia diz: "Ora, os cristãos de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as cousas eram, de fato, assim" (Atos 17:11).

Os cristãos de Beréia não eram como os de Tessalônica. Eles examinavam tudo. Não engoliam qualquer coxinha espiritual. Como os crentes de Beréia, devemos ser mais criteriosos quanto ao que vamos ingerir espiritualmente. A saúde de nossa alma depende disso. E, o mais importante, devemos nos saciar da Água Viva, para que nossa alma não entre em desidratação espiritual.

Eliel F. Vieira

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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Por amor da verdade: julgue!

Cada vez mais tenho percebido que os "evangélicos" e seus líderes estão vivendo um estranho evangelho sem entendimento e subjetivista. O emocionalismo dita o comportamento e, no final de tudo é só atribuir ao Espírito Santo, que ninguém terá a ousadia de questionar! Qualquer critério que possibilite uma honesta verificação dos fatos é anulada, simplesmente porque não podemos julgar! Exercer a mente usando a Escritura, a nossa única regra de fé e prática, nos autoriza a encontrar a verdade e exige que julguemos com integridade e, assim desprezemos todo erro que tenha origem no meio do povo de Deus.

Situação bem recente e que se delongará é o modismo das "unções". Sinceramente não encontro na minha Bíblia estas tais unções modernas. Reli estas páginas amassadas várias vezes e, algumas outras com uma concordância exaustiva, mas é pavoroso como o que se ensina e pratica por aí como "unção" hoje é tão diferente do que os profetas e apóstolos experimentaram. Pelo menos Jesus não recebeu nenhuma "unção" do cajado, do sapatinho de fogo, do riso, do cair, do rolar, [engatinhar] do leão, etc.. Temo até mesmo o imaginar o Santo de Israel se comportando de modo tão ridículo! O meu Salvador nunca fez papel de palhaço, nem perdeu a sua integridade em momento algum. Se devo ser Seu imitador, então não posso desonrá-Lo.

Mas, se alguém com um pouco de bom senso questiona, se pronunciando quanto aos absurdos de líderes evangélicos que têm manipulado os membros de suas comunidades, então, logo a resposta surge, quase que decorado: quem somos nós, não podemos julgar ninguém! Quando o Senhor Jesus advertiu contra o juízo temerário (Mt 7:1-5), Ele não estava declarando pecaminoso e proibido toda e qualquer forma de juízo. Ele não nos ordenou que nos tornássemos subjetivistas e anulássemos o nosso entendimento passando a adotar um pluralismo epistemológico. O amado de minha alma me desafia a julgar pelo que é justo (Lc 12:57); bem como que DEVO julgar segundo a reta justiça (Jo 7:24). Por isso, não posso ser omisso diante dos absurdos, dos comportamentos esquizofrênicos, e ensinamentos de um evangelho que não é o Evangelho do meu Jesus, conforme as Escrituras Sagradas. Dentro do contexto de Mt 7:1-5, no verso 6, Ele mesmo nos induz a discernir o que/quem é cão e porco [palavras desamorosas?] para que não se desperdice a graça de Deus. Julgar não é pecado! Afinal o próprio Deus exerce juízo. Ele mesmo nos ordena exercer o discernimento, que diga-se de passagem é o dom mais ignorado, e talvez o mais odiado hoje em dia. Ao exercer o "discernimento" você inevitavelmente julga, ou não julga?

O Senhor Jesus Cristo julgou os escribas e fariseus pelo seu comportamento hipócrita e doutrinariamente distorcido (Mt 23:1-36). Se o julgar não é o papel de um homem de Deus, então creio que tanto os profetas do Antigo Testamento como Cristo e os apóstolos devem ser despidos deste título! Creio que os crentes deveriam ler a Bíblia mais atentamente. Talvez, a mentalidade mundana pós-moderna seja incapaz de tolerar o julgamento inspirado dos escritores da Escritura Sagrada.

Vou ficar com a minha Bíblia e desprezo toda e qualquer experiência subjetiva e duvidosa que queira se colocar no mesmo pé de igualdade que a autoridade das Escrituras. Insisto que SOMENTE A ESCRITURA SAGRADA É A ÚNICA REGRA DE FÉ E PRÁTICA. Vou continuar lendo e me alimentando com a única e verdadeira Palavra de Deus. Não perco o meu tempo interpretando e espiritualizando gente que quer gritar, rolar, vomitar [!], cair, desmaiar, engatinhar, sapatear, etc., e ainda assim dizem que estas aberrações são obra do poder e santificação do Espírito Santo! Negar o poder do Espírito é perigoso, mas atribuir ação da carne e, talvez, de demônios, ao Espírito Santo é mais perigoso ainda (Ap 22:18-19). E o ponto de referência para se discernir o que é acréscimo ou descrécimo da verdadeira obra do Espírito Santo é a ESCRITURA SAGRADA e não as experiências.

Não estou criticando apenas por mero prazer, ou, por comodidade. Os evangélicos deveriam ler, ou talvez reler mais atentamente alguns textos do Novo Testamento que falam do dever dos verdadeiros cristãos lutarem pela pureza da fé que lhes foi entregue pelo Senhor Jesus (Gl 1:6-9; Fp 1:15-17; Cl 2:8-9; 2Ts 2:9-12; 1 Tm 1:18-20; 1 Tm 4; 1 Tm 6:1-5; 2 Tm 2:14-26; Tt 1:10-16;2 Pe 2; 1 Jo 4:1-6; 2 Jo vs. 7-11; Jd vs. 3-4). São advertências contra gente que estava dentro da Igreja, e todavia, ensinavam coisas estranhas ao Evangelho de Jesus. Os apóstolos, inspirados pelo Espírito Santo, nos ordenam discernir, resistir, refutar e acusar o erro e todo desvio e, ao mesmo tempo firmar a verdade da Palavra de Deus.

Exorto a todos os que amam ao Senhor Jesus Cristo que se arrependam do seu desvio doutrinário e voltem ao puro e antigo Evangelho, e amem e obedeçam somente o ensino da Escritura Sagrada (2 Tm 4:1-5).

Rev. Ewerton B. Tokashiki

 

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Os dons revelacionais são para hoje?

Os dons revelacionais são para hoje? Esta é uma discussão que perdura a pouco mais de um século, desde que o Pentecostalismo surgiu. Deste movimento surgiram ramificações como os Carismáticos e a Terceira Onda, mas basicamente todos os três grupos defendem a continuidade da revelação especial em seu modo proposicional. Quanto à cessação da revelação especial extra-bíblica deve-se observar os seguintes pontos:

1. Os dons revelatórios existiram com a finalidade de suprir e complementar a Escritura que estava em processo de registro. Quando o cânon fechou, isto é, [Apocalipse] o último livro foi escrito toda comunicação extra-bíblica cessou tendo como evidência a não continuidade de novos livros inspirados. Por exemplo, um dos critérios de canonicidade era que o livro deveria ser escrito por um apóstolo, ou alguém autorizado por um apóstolo [por ex., Lucas e João Marcos]. Os apóstolos cessaram, por que a sua principal função deveria continuar e com que propósito?

2. Somente a Escritura Sagrada é a Palavra de Deus. Se novas revelações fossem "Palavra de Deus" [alguns faladores de línguas e ditos profetas declaram: "assim diz o Senhor"] então qual seria o problema de se exigir que estas "novas revelações" fossem escritas em papel. E, sendo escritas deveriam ser inclusas na Bíblia? (Ap 22.18-20; Gl 1.6-9).

3. Cremos que toda a Escritura é inspirada e suficiente para salvar e santificar-nos (2 Tm 3.16-17). Com que finalidade Deus daria revelações adicionais se a Escritura é a nossa única regra de fé e prática? Se crermos que existem outras revelações sendo entregues além da Escritura então, a Bíblia deixa de ser a nossa única regra de fé e prática, e, então, teremos que nos submetermos à autoridade destas novas revelações com a mesma reverência e temor que temos pela Escritura Sagrada.

4. A falta de veracidade e falibilidade dos faladores de língua e dos tais profetas é uma prova de que não procedem de Deus. A Escritura quando estava sendo revelada foi exigido a sua veracidade e cumprimento das profecias como testemunho da sua fidedignidade (Dt 18.20-22). Os atuais reveladores apelam para a subjetividade não verificável e ao emocionalismo irracional, bem como à "falta de fé" do indivíduo para justificar o não cumprimento da dita profecia! Parece-me que o cumprimento da profecia não dependia que o individuo receptor cresse nela ou não, porque ela se cumpriria pelo simples fato de que Deus determinara revelar a Sua vontade e determinação antecipadamente, não condicionando à fé do receptor, mas ao Seu propósito soberano.

5. O dom de língua na Escritura é um idioma de algum povo que não foi aprendido, e que o falador de línguas no NT era capacitado pelo Espírito Santo para comunicar a profecia e realizar a pregação do evangelho de modo sobrenatural. Se o dom de línguas era a pronunciação de grunidos e sons ininteligíveis como pretendem e entendem os que creêm hoje falam em línguas, onde está o seu caráter sobrenatural? Afinal qualquer um pode pronunciar um emaranhado de sons e repetí-los sem significado algum, ou atribuir-lhes o sentido [ininteligível] que quiserem! Como o ouvinte [de origem alemã, francêsa, italiana, inglesa, etc] poderá ouvir falar em sua própria língua se o dom de língua são meros sons inarticulados sem sentido algum? Que evangelho será comunicado, ou "nova mensagem" poderá ser entendida pelo ouvinte?

6. Dizer que o dom de língua de At 2 é de natureza diferente do dom de 1 Co 12-14 é aceitar que a Bíblia ensina dois tipos de dons de línguas. Apesar da lógica ser óbvia ela é geralmente evitada. A tendência de se interpretar At 2 como um dom de língua sendo idioma [pela sua incontestabilidade At 2.6, 8, 11] e 1 Co 12-14 como sendo "um dom de língua" ininteligível, não se sustenta pela falta de evidência da ênfase de Paulo em dizer que o dom tanto de profecia como de línguas são revelatórios, isto é, são mensagens claras e inteligíveis vindas inconfundivelmente de Deus. Aceitar que existam 2 tipos de dons de línguas no NT é aceitar que Deus se comunica de forma inteligível e objetiva e ao mesmo tempo de forma ininteligível e subjetiva! Entretanto, não há indicação nos escritos do apóstolo Paulo desta estranha distinção.

Creio que estes são alguns pensamentos necessários para que possamos examinar as Escrituras [como um crente bereano] e além da sinceridade ser também verdadeiro em nossas conclusões e fiéis ao Senhor em tudo. Indico a indispensável leitura de algumas obras sobre o assunto:

1. Alderi S. de Matos, et al., Fé Cristã e Misticismo (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2000).
2. Richard B. Gaffin, Jr., Perspectives on Pentecost (Phillipsburg, P&R Publishing Co., 1979).
3. Gordon H. Clark, The Holy Spirit (Jefferson, The Trinity Foundation, 1993).
4. Victor Budgen, The Charismatics and the Word of God (Faverdale North, Evangelical Press, 2001).
5. Donald Macleod, El Bautismo con el Espíritu Santo (San José, CLIR, 2002).
6. Edwin Palmer, El Espíritu Santo (Edinburgh, El Estandarte de la Verdad, 1995).
7. O. Palmer Robertson, A Palavra Final (São Paulo, Editora Os Puritanos, 1999).
8. Sinclair B. Ferguson, O Espírito Santo (São Paulo, Editora Os Puritanos, 2000).
9. Errol Hulse, O Batismo do Espírito Santo (São José dos Campos, Editora Fiel, 1995).
10. John R.W. Stott, Batismo e Plenitude do Espírito Santo (São Paulo, Edições Vida Nova, 1993).
11. Wayne Grudem, ed., Cessaram os Dons Espirituais? (São Paulo, Editora Vida, 2003).
12. Frederick D. Bruner, Teologia do Espírito Santo (São Paulo, Edições Vida Nova, 1989).
13. John MacArthur Jr., Os Carismáticos (São José dos Campos, Editora Fiel, 1995).

Rev. Ewerton B. Tokashiki

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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Os Bíblias e a Bíblia

No segmento evangélico do cristianismo, poucos são os que lêem a Bíblia com real proveito. A maior parte não a lê - ou lê muito mal. Prende-se apenas aos versículos das caixinhas de promessas, a breves textos selecionados por manuais de devoção e a panorâmicos comentários de publicações para as escolas dominicais.

É uma risível ironia: os chamados bíblias (crentes que se deslocam pelas ruas carregando o livro de capa preta debaixo do braço) pouco conhecem a Bíblia. Entre eles figuram, sem qualquer dúvida, vários pregadores. Nas praças e nos vagões de trem, nos púlpitos ornamentados e nos palanques improvisados, nas rádios e nos programas de televisão podemos ouvi-los, com a autoridade de quem se julga sócio de Deus, proferir frases de efeito e divulgar opiniões dogmáticas que não resistem à exegese mais superficial. Como afirmava o padre Antônio Vieira nos tempos do Brasil colonizado, pregam palavras de Deus, mas não a Palavra de Deus.

Um texto bíblico, para que haja boa compreensão e correta aplicação, deve ser lido nos limites do contexto imediato que o cerca, examinado à luz do seu propósito original, interpretado a partir do ambiente histórico-cultural em que foi produzido e avaliado sem que se ofusque o todo coerente da mensagem das Escrituras.
Além disso, convém considerar e respeitar a diversidade dos gêneros literários que compõem o conjunto dos livros bíblicos. Assim como não é possível dar a romances o mesmo tratamento dispensado a tratados científicos, também interpretamos com critérios bastante distintos a poesia dos salmos e as profecias do Antigo Testamento, os artigos da legislação mosaica e as narrativas das parábolas nos Evangelhos, o discurso de Cristo no Sermão do Monte e as dramáticas descrições apocalípticas.

O desconhecimento de normas hermenêuticas básicas fez com que certo pregador do interior nordestino, para justificar seu costume de freqüentar os meretrícios da cidade, usasse as palavras figuradas do prólogo de Oséias ("vai, toma uma mulher de prostituições") como ordem divina literal dada a ele mesmo.

Absurdos como este não são raros. Numa igreja do subúrbio carioca o pastor proíbe as mulheres menstruadas de participarem da celebração da ceia, tomando por base os ritos de purificação registrados em Levítico. Não posso sequer imaginar o mecanismo utilizado pela liderança da igreja para separar as puras das impuras antes do início do culto...

Martinho Lutero, durante os acirrados debates em defesa da autoridade soberana das Escrituras contra o tradicionalismo católico-romano, apregoava o livre exame do livro sagrado e apoiava a tradução dos textos bíblicos para a língua do povo. Quando indagavam ao reformador alemão se não considerava perigoso deixar o leitor à vontade para fazer sua própria interpretação da Bíblia, Lutero afirmava ser menos prejudicial à Palavra de Deus confrontar várias interpretações diferentes, com liberdade para optar por aquela que melhor obedecesse as normas da boa hermenêutica, do que submeter-se obrigatoriamente a uma só interpretação oficial sem direito a qualquer discordância.

Hoje são poucos os evangélicos dispostos a buscar compreender o texto bíblico por meio de um método hermenêutico lúcido. Aliás, os pretensos intérpretes preferem deixar o texto bíblico de lado e falar apenas o que lhes vem à cabeça.

E o que lhes vem à cabeça - basta ouvi-los para constatar - é bem ruim. E cheira mal.

Pr Carlos Novaes
Igreja Batista Barão da Taquara - RJ

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