segunda-feira, 20 de abril de 2009

Apostasia

O apóstolo Paulo, se referindo ao retorno de Cristo, declara: "Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia (2 Tessalonicenses 2.3). O dicionário define apostasia como abjuração, deserção da fé, mudança de crenças, abandono de um partido ou de uma antiga opinião, no caso, abandono da igreja ou da primeira fé.

Apenas Satanás tem interesse em ver o crente abdicando de sua fé. Foi o que ele fez com Eva, levando-a a comer do fruto proibido por Deus. Um dos seus ardis em nossas igrejas hoje é tentar desviar o foco principal do verdadeiro culto e adoração a Deus, passando então para o entretenimento e a distração.

O mundo passa por uma fase aguda de mudanças. Mudanças para pior, em certo sentido. As igrejas não poderiam deixar de ser afetadas apesar de a Palavra de Deus não mudar. O culto hodierno já não é mais o mesmo de outrora. A solenidade, a reverência e o quebrantamento cedem lugar, em algumas igrejas, ao improviso, ao entretenimento e à irreverência. A música parece ter um peso maior nos desacertos com o barulho exagerado dos instrumentos musicais - no qual se destaca a bateria. Palmas e aplausos são outro ingrediente que tem distraído e tirado a concentração do adorador mais compenetrado, ao contrário do que foi recomendado por Paulo: "Mas faça-se tudo decentemente e com ordem" (1 Co 14.40).

Tenho lido artigos de irmãos alertando sobre o que vem ocorrendo em nossas igrejas, o que também mostra a preocupação de outras pessoas sobre a questão. O foco principal da adoração parece não ser mais o Senhor, mas o homem com suas práticas e louvores, estando mais centrado no entretenimento do que na reverência. A meu ver, o chamado encontro de gerações tem sido um complicador neste processo todo. De um lado, a geração antiga procura sobreviver com os ensinos adquiridos junto a seus pais e à Santa Palavra, enquanto de outro lado a nova geração é absorvida pelas práticas vindas de fora. O jovem, por sua natureza, é o  mais influenciado pelas novidades que surgem. A igreja procura então seguir o estilo da juventude, tanto na música, no comportamento e na indumentária. Poucos são os que conhecem os hinos do Cantor Cristão. Neste emaranhado de práticas as chamadas igrejas da prosperidade e de cura estão pregando o Evangelho à sua moda. Ali, o pecador não é tratado como objeto de salvação, mas como alvo de comércio e experiências de curas. Não se fala em pecado. Não se fazem apelos aos pecadores para que aceitem a Jesus. A ordem agora é chamar as pessoas à frente para obterem bênçãos materiais, curas e prosperidade. Os apelos vindos de lá têm desviado os incautos de suas congregações. Aqui se esconde o perigo maior: a mudança de nossa fé e prática pela competição entre denominações e igrejas na pregação de um evangelho fácil, atraente e lucrativo. Não podemos absorver os erros das pessoas de fora e dos falsos mestres contra os quais Paulo adverte: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvido a espíritos enganadores, e a doutrina de demônios" (1 Timóteo 4.1). "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade!" (Mateus 7.22 e 23). Como seremos em 10, 20 ou mais anos? "Contudo quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?" (Lucas 18.8). Nestes tempos difíceis e proféticos em que vivemos, pastores e líderes devem redobrar esforços no sentido de bem conduzirem os rebanhos e apresentá-los ao Bom Pastor, que dirá:" Vinde, benditos  de meu Pai, possui por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo" (Mateus 25.34).

Dc. Raimundo Martins de Morais
PIB em Ataíde, Vila Velha (ES)

www.obereano.blogspot.com

quarta-feira, 15 de abril de 2009

BEM NO RIM

No mês passado esteve no Brasil aquele que, com movimentos rápidos e sutis, consegue derrubar qualquer um que apareça na sua frente. Não, não foi o Mike Tyson, ele ainda existe? Estou falando do mega-ultra-televangelista-super-sayajin-nível 4, Benny Hinn.

Ele que no início de sua carreira, quando telefonou para sua mãe para dar a notícia de que havia se tornado pastor, disse: "Mãe, ta sentada?", "Claro meu filho", "Então levanta pra cair!". Pois é, esse é o Benny.

A princípio ele achou o povo brasileiro meio pra baixo, meio "caído", mas logo percebeu que mesmo assim teria muito trabalho pela frente.

Hinn demonstrou bastante interesse pela música brasileira e afirma que já tem suas prediletas: "Cai, cai balão" e "Beber, cair e levantar".

Os que conseguiram ficar em pé durante a apresentação do showman afirmam que foi ótima!

Benny até deu algumas dicas para os fãs brasileiros. Quando perguntado sobre os poderes de seu paletó, respondeu prontamente: "graças a Deus, venho mantendo meu voto de não lavar aquele paletó há mais de 10 anos, desde que corri uma maratona de 20 km vestido com ele..." Ta explicado Benny!

Uma mãe muito entusiasmada com o evento afirmou: "Benny é maravilhoso, derrubou meus três filhinhos." Ele ainda recebe elogios por isso? Quando eu derrubava alguém na escola, no máximo o que eu ganhava era uma advertência. Os tempos mudaram.

Em entrevista o Papa Evangélico afirmou que ama fazer esportes. "Gosto de pára-quedismo, só para sentir a queda-livre."

Apesar da fama que o pregador obteve no Brasil, teve quem não gostasse também. O lutador de vale-tudo Wanderley Silva afirmou: "Quem esse cara pensa que é? Sou 'duro na queda' e desafio ele. É só marcar a hora, o local e 'cair' pra dentro."

Aliás, como seria chamada essa nova modalidade de combate? Uma "Benny Rinha"?

Benny até tentou marcar a luta com Wanderley pela Internet, mas parece que teve alguns problemas porque sua conexão "cai toda hora".

Já percebi que para ele a única coisa que permanece inabalável mesmo é a arrecadação.

Cuidado Benny, um dia a casa cai!

Wander Ribeiro

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Identidade Denominacional

Este é um assunto de grande e real importância para todos nós, os batistas. Há pouco li e reli um artigo com este título publicado no Jornal Batista no ano de dois mil. Seu autor é o professor Juarez de Azevedo. Apreciei a leitura, e decidi preparar um editorial para os membros da nossa igreja. Dr. Juarez Azevedo escreve:

"A safra dos batistas genuínos, como W. C. Taylor, Anibal Pereira Reis, meu pai e eu, está se acabando depressa. É que, para mim, perder a identidade denominacional não é só substituir os hinos do cantor cristão por corinhos, repetidos, cansativamente, pelos não  crentes, não é dizer aleluia, amém e "glória a Deus", em voz alta, nos cultos; não é saudar com a "Paz do Senhor", invenção pieguista dos pentecostais, coisa que nunca foi prática comum aos batistas. Há líderes que para se parecerem com os pentecostais, e mostrarem que também têm uma saudação como eles, saúdam os crentes, no início dos cultos, "em nome do Senhor Jesus". Não é nada demais para mim, mas é uma espécie de cacoete, semelhante ao praticado por outra denominação. Isso, para mim, é perda de identidade.

Mas o pior, muitas igrejas estão aceitando pessoas de outras denominações por "declaração", sem se submeterem a um novo batismo.

Dou ponto ao Dr. Criswell, pastor da maior igreja batista do mundo. Quando a gente entra na Primeira Igreja de Dallas, nominalmente com 32 mil membros, recebe na porta, um aviso escrito dizendo: "Para ser membro desta igreja, se vier de outra denominação, deverá ser batizado".

Foi assim que eu fui ensinado e só assim entendo batistas desse jeito.

E a Ceia do Senhor?  Segundo expressão designada pelo teólogo batista W. C. Taylor, virou piquenique entre muitas igrejas. Todo mundo pode tomar, basta ser filiado a uma denominação evangélica. Conforme entendemos, Taylor e eu, da Ceia do Senhor só devem participar membros de uma igreja batista da mesma fé e ordem. É a ceia restrita, prática antiga dos batistas no Brasil. Por causa desta prática, em Recife, crentes de outras denominações, em  lugar   da  "Ceia  do  Senhor",  chamavam  a  ordenança celebrada pelos batistas, de "Ceia dos Batistas". Mas a verdade é que no entendimento de batistas ilustres, se a ceia é do Senhor, vamos saber como é que o dono da ceia manda celebrá-la e concluímos que, pelo Novo Testamento, ceia livre é que não é. É restrita e muito restrita.

Neste ponto lembro a fraqueza da "Declaração de fé da nossa Convenção", que usa a expressão "biblicamente batizados". Isso abre portas á ceia livre, porque eu pergunto: Pentecostal é "biblicamente batizado?" E adventista é? E testemunha de Jeová também batiza por imersão. Acontece que todas as denominações só batizam os candidatos se eles professarem as suas doutrinas. Isso quer dizer que eles são batizados se seguirem ensinamentos heréticos. Sou crente batista já muito antigo para aceitar essas novidades. Diácono convicto, tendo minha maneira de ser. Podem me criticar; mas, se me colocam para distribuir os elementos da ceia, tenho dificuldades em assistir a um não batista colocar a mão neles. Sou batista, e daí?" Juarez Azevedo (Transcrito de O Jornal batista  de 28/10/ a 16/07/00).

Aí está o que o irmão, Dr. Juarez pensa e escreve. Com isso ele está colaborando para a manutenção da "identidade denominacional" e isto já faz algum tempo. Ele aclara a posição correta, ele adverte, ele acusa deslizes. É bom rever conceitos e reafirmar princípios. Só se perde identidade, quando se têm princípios. Os batistas os temos. Vale a pena mantê-los por santa convicção.

Pr. José Alves da Silva Bittencourt

quarta-feira, 1 de abril de 2009

1º de Abril - Dia da Mentira

"Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seu feitos" Cl 3.9.

Estamos falando do dia 1º de Abril. Atualmente, os trotes e as brincadeiras que caracterizam esse dia não são vistos mais com tanta freqüência. Motivo? Os fatores sociais, como por exemplo, o excesso de trabalho e as preocupações diárias, principalmente nos grandes centros urbanos industrializados, onde o corre-corre do dia a dia não dispensa tempo para tais brincadeiras.

Toda via, existem pessoas que ainda encontram tempo e se utilizam dessa data como um meio de entretenimento. Entre as crianças, de idades variadas, o dia da mentira ainda é uma sólida realidade, visto que nas escolas sofrem grande influência das brincadeiras em torno desse dia. Pergunto, então: Quem ensinou as crianças que 1º de abril é dia de mentir? Quais as conseqüências dessa brincadeira? Será que se trata mesmo de um hábito inocente?

Será que só as crianças mentem nesse dia?

Passar trotes e mentiras no dia 1º de abril é um costume comemorado em todo mundo. Nos Estados Unidos, esse dia é conhecido como April Fools Day; na França, Pisson d'Avril; e em Portugal, O Dia dos Enganos.

A Origem Desse Dia

Por se tratar de folclore, existem várias interpretações atribuídas á origem do dia da mentira. Alguns explicam que ele surgiu no século XVI, quando o rei Carlos IX, de seu Castelo de Rousillon, em Dauphine, França, baixou um decreto determinando que o ano deveria iniciar no dia 1º de janeiro, e não em 1º de abril, como acontecia. Os Franceses, então, aproveitaram esse fato para satirizar o dia 1º de abril, data em que se celebrava o ano novo. E fizeram isso com brincadeiras e ditos pitorescos, e muita gente, por ignorância ou falta de lembrança, caía nos enganos dos demais. Outra versão para a origem do dia da mentira é contada pelos estudiosos. Segundo eles, o príncipe Loraine, ao fugir do Castelo de Nacy, pregou uma peça no rei Luís XIII exatamente nesse dia. Sua intenção era brincar com o rei, nadando pelo rio Meurthe. Com a impopularidade de Luís XVIII, os franceses aproveitaram o fato para ridicularizá-lo. No Brasil, o folclórico dia da mentira foi trazido pelos portugueses.

O Dia da Verdade

Por que os homens escolheram um dia para a mentira? Por que não existe um dia para a verdade? A resposta vem da própria Palavra de Deus, que diz:

"Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras" (Sl 58.3).

Qual seria então o dia da verdade? Asseveramos que não existe um dia específico para a verdade, mas sim, que devemos sempre dizer a verdade:

"Por que a minha boca proferirá a verdade, e os meus lábios abominam a impiedade" (Pv 8.7).

A Bíblia não faz distinção entre pecado pequeno e pecado grande! Toda e qualquer transgressão aos preceitos determinados pela Palavra de Deus é pecado e necessita de perdão!

A mentira é um hábito corriqueiro na sociedade atual. Num filme americano, que no Brasil foi lançado com o título O mentiroso, Jim Carey, que ganhou o papel principal, interpreta um advogado que passa o tempo todo do filme mentindo e, por conta disso, vive situações muito delicadas. Esse é o efeito da mentira, colocar as pessoas em situações diversificadamente delicadas e constrangedoras!

É muito comum as pessoas mentirem para tentar resolver as questões mais simples da vida. Por exemplo, mentem para serem aceitas em determinado grupo, ou para não terem de dar maiores explicações. Mas os fins não justificam os meios. O problema maior consiste quando a pessoa toma a mentira como verdade. E é justamente isso que acontece, e com freqüência, nas seitas. O perfil psicológico do sectário é vulnerável. Eles aceitam ensinos irracionais e resistem á argumentação sensata. Nas seitas, devido ao autoritarismo e ao exclusivismo, a tendência ao erro sobressai. Um missionário mórmon declarou que acreditaria no Livro de Mórmons, ainda que esse livro dissesse que existem círculos quadrados. Nisto vemos o cumprimento da Palavra de Deus: E desviarão os ouvidos da verdade, voltando ás fábulas (2 Tm 4.4).

A mentira é mais um dos muitos laços que Satanás se utiliza para povoar o lago de fogo e enxofre, que o destino eterno da besta, o falso profeta, do próprio satanás e de todos aqueles que a praticam:

"Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte" (Ap 21.8).

A Bíblia declara que um abismo chama outro abismo (Sl 42.7). Seguindo esse raciocínio, podemos dizer que uma mentira atrai outra mentira. Não ignoramos o fato de que muitos adeptos de seitas são sinceros na sua crença, contudo, estão sinceramente errados. Não podemos, entretanto, dizer o mesmo de seus líderes, que ensinam aos fiéis suas mentiras como sendo verdades incondicionais. A mentira cega! Jesus disse:

"Deixai-vos; são condutores cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova" (Mt 15.14).

E Paulo confirmou:

"Mas os homens maus e enganadores irão de mal a pior, enganado e sendo enganados" (2 Tm 3.13).

A Bíblia e a Mentira

Existe um ditado popular que diz: A mentira tem perna curta. Abraham Lincoln, disse: "Pode-se enganar algumas pessoas durante todo o tempo e pode-se enganar todas as pessoas durante algum tempo, mas não se pode enganar todas as pessoas o tempo todo".

Exortações bíblicas quanto á mentira: o que usa de engano não ficará dentro da minha casa; A falsa testemunha não ficará impune e o que respira mentiras não escapará (Pv 19.15). O que fala mentiras não estará firme perante os meus olhos (Sl 101.7). O justo odeia a palavra de mentira (Pv 13.5). O lábio da verdade permanece para sempre, mas a língua da falsidade dura só por um momento (Pv 12.19).

"Estas coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre os irmãos" (Pv 6.16-19).

A Bíblia e a Verdade

A mentira tem suas raízes no diabo, "que foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentirosa, e pai da mentira" (Jo 8.44).

Em contraste, lemos:

"Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas" (Zc 8.16).

"Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade." (2 Coríntios 13:8).

Devemos orar a Deus pedindo:

"Guia-me na tua verdade, e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação" (Sl 25.5).

"Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; une o meu coração ao temor do teu nome" (Sl 86.11).

Devemos, também, seguir o conselho do sábio Salomão: Compra a verdade, e não a vendas (Pv 23.23).

Fiquemos, pois, com a verdade, busquemos a verdade, falemos a verdade, sigamos a verdade. Foi o próprio Jesus quem disse:

"Eu sou o caminho, a verdade, e a vida; ninguém vem ao pai, senão por mim" (Jo 14.6).

E ainda: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8.32).

Se a verdade liberta, por que optar pela mentira, que esvazia?

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