sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ceia do Senhor e heresias

No mesmo capitulo 11 de I Corintios, onde Paulo procura doutrinar como se deve celebrar a Ceia do Senhor, diz: "Importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem".

Assim que mudamos para Cafelândia, sentimos a falta da Escola Bíblica Dominical, pela manhã, pois, a igreja local realiza a escola à noite. Não querendo passar o dia todo sem estar na igreja, passamos a visitar varias igrejas chamadas evangélicas. E a primeira que visitamos, estava celebrando a Ceia do Senhor, sem ter lido o texto alusivo ao assunto, o ministrante distribuiu o pão e o cálice, sem nenhuma explicação disse: "Comamos a carne do Senhor, e bebamos o seu sangue". Não sei de onde tiraram esta idéia: da Bíblia que não foi, uma vez que ela ensina que é um ato memorial. No domingo seguinte, visitamos uma outra igreja, e ouvimos as mesmas heresias; e imaginamos: "Meu Deus! Este povo não estuda a Bíblia; e esta é mais uma das razões porque surgem tantas heresias; e isto no meio do povo chamado evangélico".

Há poucos dias, estando com o televisor ligado a um programa também chamado evangélico, de grande audiência, ouvimos do seu dirigente o seguinte: "Na próxima semana, iremos celebrar a santa ceia, ocasião em que iremos comer a carne de Jesus e beber o sangue Dele". Ficamos lamentando a perda de oportunidade para celebrando a ceia, relembrar a morte do Senhor Jesus. Que bela oportunidade seria narrar o sofrimento e a morte do Senhor! Para nós, particularmente, este é um dos mais importantes assuntos do Novo Testamento, de proclamar o Evangelho; é o momento mais sublime, pois estamos anunciando a conquista de nossa salvação através do sofrimento e morte do Senhor. Visitando uma outra igreja, em uma outra cidade, verificamos que também era a hora da celebração da Ceia do Senhor. O seu ministro também não leu nenhum texto bíblico; e pediu a um dos membros que orasse; o qual disse: "Senhor, quando este pão cair em nosso estomago, produza saúde para todos nós em nome de Jesus amém".

Não se espantem distintos leitores, este outro caso que vamos-lhes contar, se deu numa igreja Batista, e que aconteceu, quase identicamente: também não houve explicação nem leitura bíblica! Será que no seminário não foi estudado a eclesiologia? Que fazem os mestres nos seminários, que não esclarecem os seus alunos, futuros pastores? Ou será que certos pastores não dão muito importância à Celebração da Ceia do Senhor? Paulo diz que: "Os que são sinceros se manifestem". E que "Se alguém come indignamente o pão, e bebe indignamente o cálice do Senhor, também será culpado do Seu corpo e do Seu sangue (da morte do Senhor)". É preciso praticar este mandamento com o sentimento e reviver àquela hora pela qual passou o Senhor.

Perguntamos: por que toda essa frieza e indiferença? Até parece que consideram a morte expiatória de Jesus, um assunto de pouca importância, ou de nenhum significado. Um outro assunto, em uma outra denominação, foi ministrado o batismo infantil, pelo seu dirigente, sem o fundamentar na Bíblia, e sem dar explicação do seu sentido. Diante destes fatos ficamos estarrecidos. Será que essa gente não lê a Bíblia? Ou por ventura faremos uma campanha para comprar Bíblias e dar-lhes de presente? Que Deus tenha misericórdia e nos dê consciência clara de que somos especialistas em Bíblia; e que é o livro que deve ser lido, conhecido e, ensinado ao povo de Deus.

Pr. Timofei Diacov

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Antes do pentecostalismo...

O que me espanta é constatar que antes de surgir o pentecostalismo, quase não se ouvia falar em pessoas endemoninhadas, a não ser os infelizes que pertenciam ao Espiritismo (kardecista, umbandista, candomblecista, etc.). Os cristãos eram sérios, iam à igreja, viviam uma vida honesta e davam maravilhoso testemunho aos incrédulos. Muitos crentes eram até mesmo apedrejados por amor do Evangelho. A maioria das pessoas se convertia diante de uma pregação séria da Palavra de Deus, lendo a Bíblia, nascendo de novo e vivendo uma vida reta e santa, de excelente testemunho diante de Deus e dos homens.

Foi então que surgiu o pentecostalismo, com os seus sinais e maravilhas, curas milagrosas, exorcismos, glossolalia, gente andando de quatro e coisas assim. Como "um abismo chama outro abismo", esse movimento foi se desdobrando numa série de movimentos espúrios, tipo "Teologia da Fé", "Teologia da Prosperidade", Teologia do "Fale e Exija", Movimento G-12, Vineyard, Promise Keepers, Oração Contemplativa, todos estes a caminho da Nova Era...

O evangelho foi caindo rapidamente de nível e os crentes já não conseguiam (nem conseguem mais) dar um bom testemunho de vida... Antigamente, quando um crente entrava numa loja para comprar a prestação, o seu crédito era logo aprovado, pois, ser evangélico era dar uma garantia de honestidade. Hoje em dia, quando se entra numa loja e diz que é evangélico, o crédito demora muito mais a ser aprovado, pois isto se tornou uma vergonha. Também, já não se pode pregar para um católico porque ele sempre ri da nossa cara, afirmando que ser evangélico é o mesmo que ser um palhaço religioso. Eu não consigo mais me apresentar como evangélica. Fico caladinha e, quando muito, digo que sou uma "pesquisadora da Bíblia", tentando merecer algum respeito, o contrário do que acontecia antigamente, quando ser evangélico equivalia quase a ser um santo!

Os pentecas são tão fracos no Livro de Gálatas? Talvez por isso é que têm uma lamentável tendência ao judaísmo, com medo de sonegar o dízimo; buscando ansiosamente os sinais e as maravilhas que são a marca registrada de sua denominação; submetendo-se como ovelhas tolas aos seus guias pentecas, quando Paulo diz em Gálatas 5:1: "ESTAI, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão". E quando o mesmo apóstolo aos gentios diz, em Gálatas 5:14: "Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo".

Os pentecas entregam o dízimo com medo de ser amaldiçoados, pois isso é constantemente pregado pelos seus pastores malaquianos. No entanto, o "dízimo" é lei do Velho Testamento, não do Novo, e Paulo diz em Gálatas 3:10 "Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las". Se vocês, pentecas, dão o dízimo e seguem alguns outros mandamentos mosaicos, então precisam também guardar o sábado, deixar de comer carne de porco, enfim precisam guardar os 613 mandamentos da Lei de Moisés, a fim de não serem amaldiçoados!

Não se preocupe, dizendo que estou mexendo com o mundo espiritual. Vocês, pentecas, é que são especialistas neste assunto! De minha salvação cuidou o Senhor na cruz e dando-me a chance de obter um bom conhecimento bíblico não embasado no judaísmo, nem em denominação alguma, porém exclusivamente na Palavra da Verdade.

Mary Schultz

sábado, 15 de novembro de 2008

A Cruz e o Pináculo

Conhecia Helmut Thielicke do livro Mosaico de Deus. Comprei e comecei a ler As tentações de Jesus, também dele. O livro é bom: foram três edições em alemão.

Uma expressão sua me encantou (ouvindo-a, Meacir concordou: "Puxa, que lindo!"): "Deus aproxima-se silenciosamente, sem ser notado por ninguém, entra pela porta dos fundos do mundo, e repousa no estábulo de Belém". O Deus silencioso! O mesmo Deus que respondeu a Elias contrariando a sua expectativa. Não veio como terremoto, vento despedaçador ou fogo, mas como brisa mansa e suave.

Satanás oferece o pináculo do templo: "Lança-te daqui abaixo". Que conselho! Na hora do culto, a multidão indo ao templo, Jesus pula e quando vai se esborrachar, anjos surgem e o depositam suavemente no chão. Fantástico! Por que a cruz? Por que o sofrimento? Há meio mais fácil! Se a questão fosse como hoje, atrair gente, o conselho de Satanás seria o melhor. Mas Deus tem seus planos. Ele age de maneira diferente da que pensamos (como com Elias) e muitas vezes no silêncio, como na encarnação.

Por que esperar raios, trovões e fumaças e não ver a mão de Deus no amigo que, sem saber de nossa dor, foi tocado por Deus para orar por nós? Por que não ver a mão de Deus na palavra de um irmão ou do professor da EBD, ou do pastor, que vem ao nosso encontro, nos conforta, lança luz e dirime questões?

Em Jesus, Deus entrou pela porta dos fundos do mundo, à noite, e foi dormir num estábulo. Este é o maior de todos os milagres, a encarnação. O Eterno entrou no tempo, o Infinito entrou no espaço, o Santo veio aos pecadores. Deus é desconcertante! Faz o que quer, quando quer, sem dar satisfações, e não precisa que tomemos atitudes pouco sábias e, algumas vezes, ímpias. Como Pedro, quase matando Malco, à espada. Se Jesus quisesse, o Pai o livraria.

Duas questões são fundamentais. A primeira é quem Deus é. Ele é grande e é poderoso. Pode nos usar, pode se servir de nós, mas não precisa de nós. Saía-se bem antes de nós e quando nos formos, irá bem. Cuidado com cultos e pregações tipo pináculo do templo para promover seu reino. Ele não precisa de estardalhaço (e isto serve para a barulhada terrível de boa parte da liturgia de muitas igrejas hoje!) nem de sensacionalismo. A divulgação do seu evangelho, de seus atos e feitos, vem pelo testemunho, pela vida, pelo caráter e pela proclamação com a vida. Deus sabe "se virar". Não precisamos "forçar a barra". Ele não é incompetente nem o evangelho é uma tranqueira que precisa de artifícios desonestos. Ele precisa de quem viva sua palavra e não de quem a infle artificialmente.

A segunda questão é o que o evangelho é. Conteúdo e não rótulo. Miolo, não casca. E se impõe pelo que é, pelo que diz, pelo que mostra, e não pelo adorno e enfeite que lhe damos. A igreja tem tornado o evangelho palatável aos homens, e muitas vezes lhe tira o conteúdo para vender um produto agradável. É a graça barata, a liturgia barata (e pobre, porque a liturgia atual é barulho e sacolejo com conteúdo paupérrimo), o testemunho barato, a vida fácil. Jesus não fez concessões. O evangelho não seria divulgado pelo pináculo, mas pela cruz.

O evangelho é cruz e não pináculo. Não a substitua por ele. Nem a leve para lá. Assuma-a. Proclame-a. Cruz, e não pináculo.

Isaltino Gomes Coelho Filho

www.pilb.blogspot.com

sábado, 8 de novembro de 2008

Retété de jeová e os bereanos

Cada vez mais tenho percebido que parte dos evangélicos estão vivendo um estranho tipo de evangelho. O sensacionalismo bem como o emocionalismo catársico, fruto do chamado retété de Jeová tem ditado em nome do Espírito Santo comportamentos absolutamente contrários aos ensinos bíblicos.

Em nome da experiência, doutrinas e práticas litúrgicas das mais estapafúrdias tem se multiplicado em nossos arraiais. "Sapatinho de fogo, unção do cajado, do riso, do leão, da urina, galo que profetiza", entre tantas outras mais fazem com ruborizemos diante de tanta sandice.

Talvez ao ler este texto você esteja dizendo com seus botões: quem somos nós para julgar alguém? A Bíblia nos ensina que não podemos julgar ninguém. Ora, quando o Senhor Jesus advertiu contra o juízo temerário (Mt 7:1-6), Ele não estava declarando pecaminoso e proibido toda e qualquer forma de juízo. Dentro do contexto de Mateus nosso Senhor nos induz a discernir quem é cão e porco para que não se desperdice a graça de Deus. Julgar não é pecado! Afinal o próprio Deus exerce juízo. Ele mesmo nos ordena exercer o discernimento, que diga-se de passagem é o dom mais ignorado, e talvez o mais odiado hoje em dia.

Cristo julgou os escribas e fariseus pelo seu comportamento hipócrita e doutrinariamente distorcido (Mt 23:1-36). Se o julgar não é o papel de um homem de Deus, então creio que tanto os profetas do Antigo Testamento como os apóstolos devem ser despidos deste título! O que falar então dos crentes de Béreia? Ora, diz a Bíblia que ele não engoliam qualquer ensinamento, antes pelo contrário, verificavam se o ensino estava de acordo com a sã doutrina.

Como já escrevi inúmeras vezes, creio veementemente que boa parte dos nossos problemas eclesiásticos se deve ao fato de termos abandonadoas Escrituras. Não tenho a menor dúvida de que somente a Bíblia Sagrada é a suprema autoridade em matéria de vida e doutrina; só ela é o árbitro de todas as controvérsias, como também a norma para todas as decisões de fé e vida. É indispensável que entendamos que a autoridade da Escritura é superior à da Igreja, da tradição, bem como das experiências místicas adquiridas pelos crentes. Como discípulos de Jesus não nos é possível relativizarmos a Palavra Escrita de Deus, ela é lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos.

O reformador João Calvino costumava dizer que o verdadeiro conhecimento de Deus está na Bíblia, e de que ela é o escudo que nos protege do erro.

Em tempos difíceis como o nosso, precisamos regressar à Palavra de Deus, fazendo dela nossa única regra de fé, prática e comportamento.

Soli deo Gloria.

Renato Vargens
www.renatovargens.com.br

O dom de línguas

Ficar a balbuciar palavras ininteligíveis virou moda nas igrejas chamadas evangélicas e, de acordo com os criadores do costume e de seus adeptos, seria sinal de recebimento do Espírito Santo e de poder espiritual dos que se dedicam à prática.

Um costume que começou nos EUA, no início do século XX, se espalhou pelo mundo alcançando até mesmo seguimentos da Igreja Católica e hoje, quem não se entrega à prática é olhado como uma pessoa estranha, como um crente enfraquecido na fé, como alguém que não tem nenhum poder espiritual.

Acontece que esse costume não tem qualquer base bíblica e não manifesta, de forma alguma, algum tipo de comportamento cristão.

Como o cristianismo tem (ou pelo menos deveria ter) base neo-testamentária, busca-se em suas páginas algum texto que possa referendar o que surgiu em mentes embotadas pelo paganismo e pelo desejo de ëxercício de poder religioso sobre outras pessoas.

Os textos preferidos, isolados, são Atos 2:4 e 1 Coríntios 12.10, 28, que parecem fornecer base inquestionável para o comportamento pseudo-cristão.

Acontece que os textos, à luz dos seus contextos e analisados na língua original em que foram escritos, não dão base alguma para tais doutrinas e comportamentos dentro do cristianismo.

Se não, vejamos:

Em Atos 2:4 e 2:11 Lucas utilizou a expressão glossa no sentido de línguas de outras nações e não no sentido de línguas estranhas. O contexto mostra que houve um fenômeno de tradução, ou de proclamação, em línguas de outras nações, que judeus que eram de outras partes do mundo e que estavam em Jerusalém, estavam ouvindo a pregação dos apóstolos em línguas dos seus lugares de origem.

Em 1 Cor. 12:10,28 o apóstolo Paulo utilizou a expressão glossa se referindo a um dom do Espírito Santo que capacita a falar línguas de outras raças ou nações. A palavra que está traduzida por variedade está mal traduzida pois é genos que significa raças, tribos, nações, famílias. A tradução correta seria "a outros, línguas de outras nações...". Isto significa que não há Bíblia a referência a um dom do Espírito Santo concedendo a fala de línguas estranhas aos homens, mas o dom de falar em línguas de outras nações.

O que fazer diante da realidade de que a prática de balbuciar palavras ininteligíveis não faz parte da vida com Cristo? São várias as posições que precisam ser assumidas:

1. Os crentes em Cristo que nunca falaram línguas estranhas não se deixem influenciar nem pressionar de forma alguma pelos que adotaram o comportamento;

2. Os que depositam a sua fé na prática da glossolalia devem reexaminar a sua conversão e devem, sendo sinceros com Cristo, depositar realmente a fé somente na sua graça, no seu sacrifício, nas suas promessas de fortalecimento através do Espírito Santo que já está presente em todos quantos creem nele como Salvador e Senhor.

3. Devemos buscar com ardor oportunidades de pregar o evanglho de Jesus Cristo de maneira clara, bíblica, inteligível e, portanto, eficiente para a salvação de todo aquele que crer em Jesus Cristo.

Pr.Dinelcir de Souza Lima
IB Memorial de Bangu, Rio de Janeiro - RJ

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